Pátria amada, idolatrada, salve salve...
Salve miséria aos pés do cartão postal
Alegria desse povo brasileiro ao se ver no jornal
Circo armado, idolatrado, salve salve...
Cambistas no plenário, show business domingo na tv
País de várias culturas, logo na bandeira que ninguém sabe
ler
Poetas da constituição, atores sem coração
Do alto o verde cobre, o bosque de fome e ambição
Pátria amada, ilustrada, salve salve...
Raios vívidos, praia, sol e sertão
Muro de concreto que cerca a mais pura oração
Gigante que se levanta, faminto e com sede de dança
Carnaval, futebol e sangue de nossas crianças
Pátria humilhada, idolatrada, salve save...
Em seus seios, ô liberdade, ele a afoga
Se escondem em vergonha, pornografia e falta de escola
Sem educação e cultura, vendem suas almas em uma rede viral
Por espelhos, luxuria e milhões em benefício fiscal
Agora vos digo que de cabeça erguida andarei
Para não olhar o lixo que em prantos me deleitei
Pois não vejo e não escuto, apenas me calo
Por dor e agonia por um cabresto ter usado
Pátria amada, idolatrada, me perdoe Decretei tua sentença, mas não quero ver teu sangue.
(Guilherme Francis)